Ao contrário de maioria das raças caninas o Dogo tem uma origem bastante recente, conhecida e documentada. O Dogo é fruto da paixão e perseverança de 2 irmãos: António e Augustin Nores Martinez. Tudo começou com António, que queria desenvolver um cão que fosse imbatível tanto nas arenas de brigas quanto nas caçadas a pumas e javalis.
Para isso, iniciou sua criação a partir de fêmeas de uma raça conhecida como Viejo Perro de Pelea Cordobés, raça de cães quase sempre bracos, que tinham grande tradição nos combates, sendo que frequentemente morriam lutando e não recuavam jamais. Ao Viejo Perro de Pelea Cordobés, Antonio acrescentou: Dogue Alemão, com o objetivo de incrementar o peso e o tamanho. O Bulldogue Inglêse o Bull Terrier, para ampliar a intrepidez, resistência, insensibilidade à dor, o Boxer que deveria conferir vivacidade e inteligência, o Mastim dos Pirineos novamente para incrementar o tamanho, a rusticidade, olfato e o seu manto branco, ampliando também a capacidade de adaptação a todos os climas. O Pointer Inglês contribuiu principalmente pelo bom olfato que caracteriza a raça em seu uso na caça a grande animais. O Irish Wolfhound foi o responsável, junto com o Dogue Alemão e o Mastim dos Pirineus na definição do seu tamanho. E o Dogue de Bordeaux, contribuiu inicialmente com a força de sua mandíbula, cabeça potente e a aptidão para o combate, mas foi logo abandonado porque gerava filhotes com pelo amarelado, que era uma das características que Antönio Martinez considerava indesejável para a futura raça.Todos os ingredientes foram misturados durante anos, até que em 1928 foi redigido o primeiro padrão da raça pelo próprio Antonio, e apresentado por ele próprio numa reunião da Associação de Caçadores local. No entanto, sua morte precoce fez com que a tarefa de consolidação da raça coubesse ao seu irmão, Augustin, que nos anos seguintes cuidou para que o dogo argentino se popularizasse especialmente entre os caçadores.
As principais características da raça, sua agilidade e combatividade, fizeram com que fosse rapidamente adotado como principal cão entre os caçadores de pumas e javalis, e seu desempenho o transformou num sucesso no seu pais de origem. Uma das mais apreciadas qualidades do Dogo pelos caçadores, é sua forma de farejar a presa. Ao contrário de muitas raças, o dogo herdou do pointer a habilidade de farejar o ar, em busca de sua presa, o que impedia que fosse engado pelos pumas, por exemplo, que poderiam andar em círculos e subir em árvores para escapar da perseguição.
Na sua função principal – guarda – caracteriza-se pela postura silenciosa e independente. Por isso não é recomendado para proprietários inexperientes ou mesmo que não consigam se impor como líder ao cão.
Muito fiel aos seus donos, responde com facilidade aos comandos e é bastante paciente com crianças, mas como é um cão grande, deve-se evitar que fiquem sozinhos com as crianças muito pequenas. Com pessoas em companhia de seu próprio o Dogo não é agressivo, mas também não fará festas antes de conhecer bastante bem a visita em questão. Sua índole e instinto acentuado para guarda, faz com que não tolere que seu espaço seja invadido por estranhos.
Precisa ser acostumado desde cedo com outros cães e animais domésticos para que possa conviver com eles. Seus instintos de luta e caça fazem com que dificilmente se consiga uma harmonia entre 2 machos num mesmo território.
Seu porte físico e história fazem com que eles precisem de espaço para exercitarem seus músculos. Por isso não é recomendável que vivam em pequenos ambientes. Caminhadas e brincadeiras com a família fazem com que se desenvolva adequadamente. Não se deve, nunca, isolá-lo nos fundos do quintal. O Dogo precisa do contrato estreito com os membros da família para ser um cão equilibrado.
Seu aspecto feroz fizeram com que freqüentasse constantemente as listas de raças proibidas em diversos países, como a Inglaterra. Nos Estados Unidos a raça ainda não é reconhecida oficialmente, estando colocada entre as raças ‘raras’.
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